Quão orgânico é nossa rotina, algumas pessoas têm visões distintas sobre a vida que a sociedade leva, sua saúde e, principalmente, a saúde mental e neurológica.
Depressão
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comparando os anos de 2013 e 2019, houve um aumento significativo no Brasil no número de indivíduos que relataram ter recebido um diagnóstico de depressão de um profissional de saúde mental.
Em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais de idade afirmaram ter recebido tal diagnóstico, o que equivale a aproximadamente 16,3 milhões de pessoas. Esse percentual apresentou um aumento de 34% em relação a 2013, quando havia 7,6% das pessoas em situação semelhante.
Desagregando os dados por sexo, obtém-se que, independentemente do ano específico, as mulheres relatam diagnóstico de depressão com aproximadamente 2,8 vezes mais frequência do que os homens. Além disso, comparando os anos de 2013 e 2019, uma proporção daqueles que relatam o diagnóstico de depressão diminuiu mais entre as mulheres (35%) do que entre os homens (31%).
Em 2019, os idosos entre 60 e 64 anos representavam a faixa etária proporcionalmente mais afetada: 13,2% foram informados com depressão. O menor percentual, de 5,9%, foi distribuído entre jovens adultos de 18 a 29 anos de idade.
No entanto, no período analisado, uma maior variação na proporção de pessoas que afirmaram ter tido problemas com depressão foi verificada entre os adultos de 18 a 29 anos (aumento de 51%), seguidos pelos idosos de 75 anos ou mais (aumento de 48). %).
Principais Dados Outros dados mostram que o suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes, e 58% ocorreram antes dos 50 anos. A OMS destaca que em 20 países, a tentativa de suicídio ainda é criminalizada. Além disso, o abuso sexual infantil e a vitimização por bullying foram apontados como as principais causas da depressão.
O relatório também aponta que pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média de 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis.
Outro alerta do documento é que, em todos os países, os mais pobres e desfavorecidos correm mais risco de problemas de saúde mental, embora tenham menos probabilidade de receber serviços adequados.
Tratamento Adequado Segundo a OMS, mesmo antes da pandemia de Covid-19, apenas uma pequena fração da população tinha acesso a cuidados mentais efetivos e acessíveis.
Os dados apontam que 71% dos pacientes com psicose no mundo não recebiam tratamento. A lacuna também é vista em países: enquanto 70% recebem tratamento para psicose em países de alta renda, o número cai para 12% em nações de baixa renda.
Para a depressão, a diferença é significativa em todo o mundo. Segundo a OMS, mesmo entre os países mais ricos, apenas um terço recebe cuidados formais. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirma que o relatório faz um apelo fundamentado para a transformação nos cuidados com a saúde mental.
Ele afirma que a conexão entre saúde pública, direitos humanos e desenvolvimento socioeconômico significa que mudanças nas práticas de saúde mental podem contribuir com benefícios substanciais para a sociedade.
Para Tedros, "investir na saúde mental é investir em vida e em um futuro melhor para todos".
Recomendações e Ações A OMS lembra que os 194 Estados-membros da organização assinaram o plano de ação para saúde mental até 2030, comprometendo-se com metas globais para transformar o setor. Segundo a entidade da ONU, houve algumas mudanças, mas não de forma rápida.
Para a agência, a saúde mental tem sido uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública há décadas, recebendo uma ínfima parte da atenção e dos recursos de que necessita e merece. Assim, as recomendações incluem aprofundar o valor e o compromisso com saúde mental, remodelar ambientes que influenciam a situação, incluindo lares, comunidades, escolas, locais de trabalho, serviços de saúde, ambientes naturais, e fortalecer os cuidados de saúde mental mudando onde, como e por quem o tipo de cuidados é prestado e recebido.
Brasil O relatório da OMS menciona os Centros de Atenção Psicossocial, uma iniciativa de saúde mental implementada no Brasil para substituir hospitais psiquiátricos, oferecendo uma alternativa mais humanizada aos pacientes.