A rotina diária de milhões de brasileiros(as) expõe uma realidade de exploração intensa da força de trabalho. Nas periferias, trabalhadores se deslocam em transportes públicos lotados, precários e insuficientes, enfrentando longas jornadas para, no fim do dia, receberem um salário mínimo – em todos os sentidos da palavra.
Essa exploração, marcada por pagamentos irrisórios, é uma herança histórica que remonta ao período colonial, quando a mão de obra era vista como uma mercadoria a ser explorada ao máximo. Hoje, o cenário pouco mudou: enquanto empresários acumulam lucros exorbitantes, os trabalhadores são recompensados com salários que, muitas vezes, beiram o limite da sobrevivência. A disparidade é gritante – o lucro empresarial cresce sobre as costas de quem recebe uma miséria.
A desigualdade institucionalizada
A pergunta que ecoa é: que opções restam para essas milhões de pessoas? No cenário atual, onde a polarização política divide trabalhadores entre direita e esquerda, o verdadeiro problema é mascarado. Essa divisão serve aos interesses das elites, que se aproveitam da desunião para manter o controle social e econômico. A luta de classes é sufocada enquanto um trabalhador é colocado contra o outro, desviando o foco do real inimigo: um sistema econômico construído para favorecer o capital.
Consequências da exploração
Essa rotina extenuante é também combustível para diversas formas de violência e a escalada da criminalidade. A pressão econômica e social recai, de forma desproporcional, sobre os mais vulneráveis: mulheres, crianças, adolescentes e negros.
A violência doméstica, especialmente contra a mulher, cresce em um contexto de estresse e desamparo. Crianças e adolescentes são igualmente vítimas de uma sociedade que não oferece suporte adequado às famílias mais pobres. E o racismo estrutural, que permeia todas as esferas da vida no Brasil, continua a ceifar vidas e a limitar oportunidades de forma brutal.
Conclusão
A rotina do brasileiro comum vai além da luta diária pelo sustento; é uma batalha contra um sistema que perpetua a exploração, a desigualdade e a violência. Enquanto não houver uma transformação estrutural profunda, essa realidade persistirá, marcada por injustiças e por um ciclo de opressão que parece não ter fim.
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