O processo de embranquecimento das raízes culturais:
Desde o momento em que o povo negro foi brutalmente arrancado de sua terra natal, separado de sua família e privado de sua cultura, iniciou-se um processo sistemático de embranquecimento das culturas originárias. Essa prática violenta não foi apenas uma tentativa de apagar identidades, mas também uma manifestação de uma visão de mundo fundamentada na superioridade racial e na desumanização do outro.
Governos e sociedades, ao longo de décadas, foram moldados por ideologias elitistas que perpetuaram uma falsa narrativa de superioridade branca. Essas ideologias alienaram as populações, reforçando estruturas de poder que controlam e moldam o que é considerado representativo ou legítimo nas culturas negras.
Esse controle, exercido por quem detém o capital e o poder, resultou na comercialização e na adaptação das heranças culturais negras para se encaixarem em moldes aceitáveis aos olhos dos dominadores. As discussões sobre identidade, em vez de promoverem a união e o fortalecimento cultural, muitas vezes acabam por criar divisões internas, disputas sobre quem pode ou não representar a cultura negra.
Embora cada cultura possua suas especificidades, há pontos comuns na formação de identidades coletivas. No entanto, superar os desafios impostos por um sistema que perpetua a supremacia branca é uma tarefa monumental. O sistema atual é projetado para preservar seu propósito original e, mesmo com os avanços sociais, a herança cultural negra continuará existindo, mas sob constante ameaça de exploração e distorção. Assim, a luta pela preservação e valorização genuína das culturas negras será um desafio contínuo, enfrentando sempre as barreiras impostas por aqueles que historicamente detêm o poder.